Fonte: Produzido pelas autoras no canva.com
Apesar de sua riqueza cultural e da presença viva de saberes tradicionais, o Maranhão também enfrenta profundas desigualdades sociais e educacionais. Muitos territórios seguem marcados pelo racismo institucional, pelas dificuldades de acesso à educação básica de qualidade e pela ausência de políticas estruturantes voltadas às especificidades étnico-raciais.
No entanto, é justamente nesse contexto que emergem práticas pedagógicas afrocentradas, desenvolvidas por educadoras e educadores comprometidos com a justiça social e curricular. As ações da Supervisão de Modalidades e Diversidades Educacionais (SUPMODE/SEDUC/MA) é um marco institucional que pode fortalecer políticas públicas voltadas para a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) e para a Educação Escolar Quilombola (EEQ).
Por meio da SUPMODE, o Maranhão tem articulado parcerias com movimentos negros, universidades, organizações da sociedade civil, entre outras, com ações formativas, curriculares e de gestão voltadas à promoção da igualdade racial e à valorização dos saberes afrodiaspóricos, muitas vezes invisibilizados nos documentos oficiais. O Maranhão também integra o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), o que reforça seu compromisso político com o combate ao racismo e com a valorização da diversidade.
Nesse cenário, este projeto de pesquisa atua como força inventariante e formativa, sistematizando registros (Oralimagens) que expressam as práticas de resistência, memória e transformação protagonizadas por professoras negras e quilombolas — sujeitas da afrodocência (Sousa, 2023) e da interemancipação (Machado, 2024). Assim, o Maranhão não é apenas o lugar geográfico da pesquisa, mas um território simbólico e político de saberes insurgentes, cujas encruzilhadas epistêmicas e educacionais do cotidiano revelam tanto os desafios quanto a criação de maneiras de fazer (re)existências no Brasil contemporâneo.
Por: Soraia Sousa; Gabrielle Viana e Raimunda Machado